Mesmo com o aperto da crise no início do ano, o Brasil deve fechar 2009 com a geração líquida de mais de 1,3 milhão de empregos formais, segundo afirmou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Há "viés de alta no emprego", disse, ao comentar ainda que a crise mostrou "a analistas e palpiteiros que aumentar salário dos pobres não causa inflação."
Ao discursar na última reunião do ano do Conselhão, Lula afirmou que o pacote de medidas pós-crise anunciado hoje tem o objetivo de consolidar a economia brasileira. Ele comentou, em especial, a criação da Letra Financeira, espécie de debênture que possibilitará aos bancos captarem recursos de longo prazo, para também emprestarem a prazos maiores.
"Por que fazemos isso? Porque nós queremos a economia brasileira cada vez mais consolidada. Ela não pode depender de um banco, não pode depender de uma empresa; não pode depender de um governo; não pode depender de uma pessoa. Nós temos que depender de um todo. É como se fôssemos uma orquestra", disse Lula.Segundo ele, a crise financeira global deixou lições importantes, ao mostrar que "não foi apenas por uma questão de sorte" que seu governo passou com sucesso por ela, já que em três crises anteriores "o país quebrou".
Disse que o país comemora a geração de empregos, num ano em que o presidente Barack Obama comemora, nos Estados Unidos, "a diminuição de queda no emprego". De janeiro a outubro, o Ministério do Trabalho acusou a criação de 1,1 milhão de empregos com carteira assinada.
Pouco antes de Lula, na mesma reunião, o ministro do Desenvolvimento, Miguel Jorge, previu que em 2010 podem ser gerados cerca de 2 milhões de novos empregos.
Mesmo tendo saído da crise, Lula disse que não cabe ao governo comemorar e, sim, deixar que o povo festeje. "Se está dando certo, temos que fazer mais", prosseguiu. Em referência às medidas oficiais anticrise, ele acrescentou que houve distribuição de renda, e destacou a importância do diálogo do governo com empresários e trabalhadores.
O presidente Lula lembrou os tempos em que representantes do Brasil procuravam o Fundo Monetário Internacional (FMI) "cabeça baixa", quando "a humilhação era do porteiro do prédio ao diretor-geral", enquanto hoje o país "tem poder de veto" na concessão de financiamento pelo organismo internacional. "Olha que chique. Parece pouco, mas quem não lutou por liberdade, não sabe o amor de uma conquista como essa", comentou.
Ele também disse que o governo tem que ficar de olho nas despesas, "não ficar rasgando dinheiro. Não é porque tem eleição ano que vem que vai se fazer dívida, que depois não se consegue pagar".
Lula se despediu dos membros do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Conselhão) estimulando-os a comprarem "quantos panetones quiserem" para comemorar as festas natalinas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário