Por: Aristides Faria
Ao estabelecermos compromissos com as pessoas damos início a contratos, que são como rodovias de mão dupla com várias faixas de rolagem (pois há opções de como agir em relação à outra pessoa). Contratos são a materialização de vínculos que estabelecemos ao longo da estrada da vida. Eles parecem ter surgido para formalizar e regular as responsabilidades, mas principalmente para evitar sub-entendimentos acerca de questões subjetivas. Eles estabelecem o que é esperado de nós.
No entanto, eles não eliminam as “questões subjetivas” – tão sutis e naturalmente subjetivas – presentes nossos compromissos, que faz com que eles estejam sujeitos a emoções. Afetividade. Amizade. Admiração. Estas emoções determinam o “algo mais” que vamos oferecer – ou não – às pessoas e às tarefas estipuladas em nossos contratos. Interessante notar que, em se tratando das relações pessoais, estes vínculos são construídos ao longo do tempo. Nossos vínculos consolidam-se com o passar das primaveras e o amadurecimento de cada um de nós.
A dedicação que imprimimos em nosso modo de nos relacionar é espelho da coesão que temos quanto às pessoas e as tarefas que nos comprometemos a realizar. Temos, a partir desta perspectiva, a opção de proporcionar um “algo mais” ou simplesmente cumprirmos os termos de nosso contrato. Temos a opção de “fazer o que tem de ser feito” ou irmos além e canalizarmos a emoção natural que há em todo relacionamento – rodovia de mão dupla com várias faixas de rolamento – a fim de obtermos vínculos mais efetivos.
Esta opção pode ser entendida de duas maneiras:
Coesão ao grupo: invariavelmente participamos de diversos grupos em nossa rotina, dentro deles temos múltiplos contratos/vínculos/relacionamentos, assim, temos a opção de cumprirmos os termos destes contratos e executar nossas tarefas ou prezar pela harmonia entre todos participantes de nosso grupo. Exemplo? Caminhar em uma trilha com dez pessoas e estar atento à satisfação dos demais, diminuindo o passo se um dos colegas está cansando ou parar espontaneamente para fotografar o casal de fluminenses que está visitando o litoral de São Paulo.
Coesão às tarefas: dentro deste pensamento surge a coesão quanto as tarefas ou termos do contrato. Agindo assim nos prendemos à mera execução das tarefas. É, obviamente, uma postura aceitável, mas fria. É realizar o que é esperado de você. Exemplo? Remar em uma canoa canadense é, além de um excelente exercício, uma oportunidade de socialização. Para que a canoa avance corretamente temos de harmonizar nossas remadas e não simplesmente remar do lado que queremos e pronto. Temos de dedicar atenção aos demais e perceber quando o colega da proa cansou seu braço direito e quer trocar o remo de mão, não necessariamente desligando-se do objetivo: avançar a canoa.
O que diferencia estas duas posturas é justamente esta dedicação, o “algo mais”. É a percepção de que para que as tarefas sejam cumpridas de fato precisamos das pessoas à nossa volta. Estes exemplos são simples e buscam resumir a idéia de que precisamos procurar sempre um up em nossa maneira de nos relacionar, indo além do que é esperado. E está expresso em contrato. Estar em meio à natureza, rodeado de pessoas interessantes é uma grande oportunidade de dedicarmos atenção aos demais e fortalecer vínculos afetivos, tornando-os e mais efetivos. Pratique a hospitalidade e disponha-se a dar início ao ciclo de dar, receber e retribuir desinteressadamente.
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PUBLICAÇÃO SIMULTÂNEA: ABBTUR SÃO PAULO e OUTRO LADO DA NOTÍCIA
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